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PERFORMING ARTISTS
Racionais MC's
Racionais MC's
Performer
Sergio Machado
Sergio Machado
Drums
Guto Bocão
Guto Bocão
Percussion
Rael Lucio
Rael Lucio
Contrabass
Dado Tristão
Dado Tristão
Keyboards
Roberto Cerqueira
Roberto Cerqueira
Keyboards
Bill Saramiolo
Bill Saramiolo
Electric Guitar
Duani
Duani
Electric Guitar
Jonas Anjos
Jonas Anjos
Electric Guitar
Edy Trombone
Edy Trombone
Trombone
Natan Oliveira
Natan Oliveira
Trumpet
Lino Krizz
Lino Krizz
Vocals
DJ Ajamu
DJ Ajamu
DJ
Buga
Buga
Saxophone
COMPOSITION & LYRICS
Adivaldo Pereira Alves
Adivaldo Pereira Alves
Songwriter
Pedro Paulo Soares Pereira
Pedro Paulo Soares Pereira
Songwriter

Lyrics

[Verse 1]
Negro drama, entre o sucesso e a lama, dinheiro, problemas, invejas, luxo, fama
Negro drama, cabelo crespo e a pele escura, a ferida, a chaga, à procura da cura
Negro drama, tenta ver e não vê nada, a não ser uma estrela assim, longe, meio ofuscada
Sente o drama, o preço, a cobrança no amor, no ódio, a insana vingança
Negro drama, eu sei quem trama e quem tá comigo, o trauma que eu carrego pra não ser mais um preto fodido
O drama da cadeia e favela, túmulo, sangue, sirene, choros e velas
Passageiro do Brasil, São Paulo, agonia, que sobrevivem em meio às honras e covardias
Periferias, vielas, cortiços, você deve tá pensando o que você tem a ver com isso?
Desde o início por ouro e prata, olha quem morre, então veja você quem mata
Recebe o mérito, a farda que pratica o mal, ver o pobre, preso ou morto já é cultural
Histórias, registros e escritos, não é conto, nem fábula, lenda ou mito
Não foi sempre dito que preto não tem vez? Então, olha o castelo e não foi você quem fez, cuzão
Eu sou irmão dos meus truta de batalha, eu era a carne, agora sou a própria navalha
Tin-tin, um brinde pra nós, sou exemplo de vitórias, trajetos e glórias
O dinheiro tira um homem da miséria, mas não pode arrancar de dentro dele a favela
São poucos que entram em campo pra vencer, a alma guarda o que a mente tenta esquecer
Olho pra trás, vejo a estrada que eu trilhei, mó cota, quem teve lado a lado e quem só ficou na bota
Entre as frases, fases e várias etapas, do quem é quem, dos mano e das mina fraca
Negro drama de estilo, pra ser e se for, tem que ser, se temer é milho
Entre o gatilho e a tempestade, sempre a provar que sou homem e não um covarde
Que Deus me guarde, pois eu sei que ele não é neutro, vigia os rico, mas ama os que vem do gueto
Eu visto preto por dentro e por fora, guerreiro, poeta, entre o tempo e a memória
Nessa história vejo dólar e vários quilates, falo pro mano pra que não morra e também não mate
O tic-tac não espera, veja o ponteiro, essa estrada é venenosa e cheia de morteiro
Pesadelo é um elogio, pra quem vive na guerra, a paz nunca existiu
No clima quente, a minha gente sua frio, vi um pretinho, seu caderno era um fuzil
Negro drama
[Verse 2]
Daria um filme, uma negra e uma criança nos braços, solitária na floresta de concreto e aço
Veja, olha outra vez o rosto na multidão, a multidão é um monstro, sem rosto e coração
Ei, São Paulo, terra de arranha-céu, a garoa rasga a carne, é a Torre de Babel
Família brasileira, dois contra o mundo, mãe solteira de um promissor vagabundo
Luz, câmera e ação, a cena vai, um bastardo, mais um filho pardo sem pai
Senhor de engenho, eu sei bem quem você é, sozinho cê num guenta, sozinho cê num entra a pé
Cê disse que era bom e as favela ouviu, whisky, Red Bull, tênis Nike e fuzil
Admito, seus carro é bonito, é, eu não sei fazer, internet, videocassete, os carro loco
Atrasado, eu tô um pouco sim, tô, eu acho, seu jogo é sujo e eu não me encaixo
Eu sou problema de montão, de carnaval a carnaval, eu vim da selva, eu sou leão, sou demais pro seu quintal
Problema com escola, eu tenho mil, mil fita, inacreditável, mas seu filho nos imita
No meio de vocês, ele é o mais esperto, ginga e fala gíria, gíria não, dialeto
Esse não é mais seu, subiu, entrei pelo seu rádio, tomei, cê nem viu
Nós é isso, era aquilo, cê não dizia? Seu filho quer ser preto, ah, que ironia
Cola o pôster do 2Pac aí, que tal? O que cê diz? Sente o negro drama, vai, tenta ser feliz
Ei bacana, quem te fez tão bom assim? O que cê, o que cê faz, o que cê fez por mim?
Eu recebi seu ticket, quer dizer kit, de esgoto ao céu aberto e parede madeirite
De vergonha eu não morri, tô firmão, eis-me aqui, você não, cê não passa quando o mar vermelho abrir
Eu sou o mano, homem duro, do gueto, Brown, Obá, aquele louco que não pode errar
Aquele que você odeia amar nesse instante, pele parda e ouço funk, de onde vem os diamante?
Da lama, valeu, mãe, negro drama
Written by: Adivaldo Pereira Alves, Pedro Paulo Soares Pereira
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