Lyrics

É uma escrita cuneiforme
Quando o dente talha o nome
E na língua faz-se o tombo
Dos arquivos desta fome.
 
Se dos 7 for pecado
Não é gula, na verdade
São vanglórias do passado
Duma boca com saudade.
O sintoma é secura.
Nunca a fome foi tão escura:
Eis a prova que nem tudo o tempo cura.
A barriga na miséria,
Dentes soltos em precária:
É da boca que se sente solitária.
Não há problema em ter coração na boca,
O problema é termos a boca na boca.
Céu da boca, subcave,
Sete chaves, nunca chove,
Já nem soam campainhas do Pavlov .
Reabertos os desmaios,
Hibernados os anseios,
Crescem, mesmo em velha língua, novos freios.
Written by: Samuel Úria
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