Costuras

Viver é feito à mão

Tecendo ideais em meio à contradição

As entrelinhas são discretas

São as que dão sustentação à peça

Perdidos no tempo?

Deslocados no espaço?

Em algum momento

Isso pareceu organizado?

Na ilusão de que horários marcados

Dariam conta de satisfazer o inesperado.

Mas parece que sempre faltará algo, né?

Buscamos entorpecer pra não perder a fé

E os aplausos são pra quem consegue se manter de pé

Já que a queda é mal vista

Deixa exposta as feridas

Que ardem, fedem

Ninguém quer ver

Usam más caras para se proteger

O incômodo tem seu princípio de prazer

Como um ciclo vicioso

Ele sempre retorna pra você,

Crescer e andar com as próprias pernas

Deixar de comer mi-ga-lhas

Viver é feito à mão

Tecendo ideais em meio à contradição

As entrelinhas são discretas

São as que dão sustentação à peça

Viver é feito à mão

Tecendo ideais em meio à contradição

As entrelinhas são discretas

São as que dão sustentação à peça

Fazendo o caminho inverso

Não adianta ter sucesso

Sem antes ter aprendido à respira a a ar

Com o ar rarefeito

Seria um tanto quanto, suspeitom

Estar satisfeito

Sem antes provar os sabores

Azedo, amargo, salgado e doce

Contrastando com as cores

Que nem sempre são vivas

E há, quem duvida que um dia possa ser

Então pago pra ver

Viver é feito à mão

Tecendo ideais em meio à contradição

As entrelinhas são discretas

São as que dão sustentação à peça

Viver é feito à mão

Tecendo ideais em meio à contradição

As entrelinhas são discretas

São as que dão sustentação à peça

Viver é feito à mão

Tecendo ideais em meio à contradição

As entrelinhas são discretas

São as que dão sustentação à peça