Caderninho

Fazem má’ barulho que um enxame

E eu só queria que calassem a boca

O chilrear ensurdece e até já soa a vexame

Faz eco na cabeça, cada vez mais oca

Tudo a empurrar

A rebentar plas costuras

A sufocar com falta d’ar

A vacilar com tonturas

Até já tou meia a corar a ver as envergaduras

Tudo a medir, tudo a esticar até ficarem duras

Nem que eu perca meia vida

Nem que eu perca toda a vida

E é só pra ver a merda que faz

E é só pra ver a merda que faz

E é só pra ver a merda que faz

E é só pra ver a merda que faz

Chinfrineira doida prá tinite

Levou tanta tareia já parece morto

Não venhas dar mais fome ao apetite

Que o corpo cambaleia, só caminha torto

Com a tua boca a encher

Com o que andas a agoirar

Verdugo do mal-dizer

Eu quero ver-te a rebentar

E eu vou ficar a ver o sangue a escorrer do teu avatar

Eu vou escolher quem vai morrer, eu vou escolher quem quero matar

Nem que eu perca meia vida

Nem que eu perca toda a vida

E é só pra ver a merda que faz

E é só pra ver a merda que faz

E é só pra ver a merda que faz

E é só pra ver a merda que faz

Eu quero um caderninho pra escrever uns nomes

Eu quero um caderninho pra escrever uns nomes

Mas os nomes já ‘tão escritos em cadernos

Mas os nomes já ‘tão escritos em cadernos

Eu quero um caderninho pra escrever uns nomes

Eu quero um caderninho pra escrever uns nomes

Mas os nomes já ‘tão escritos em cadernos

Mas os nomes já ‘tão escritos em cadernos

É pra escolher, é pra escolher

É pra escolher quem vai morrer

É pra escolher, é pra escolher

É pra escolher quem quero matar

É pra escolher, é pra escolher

É pra escolher quem vai morrer

É pra escolher, é pra escolher

É pra escolher quem quero matar