Apoklibz

De um gênio

A pessoa mais importante de minha geração

Música recentíssima, nascida como ele

Em Santo Amaro da purificação, Bahia

Não é como disseram

Eu fiz meu próprio critério

E me mantive no certo

Pelo caminho que eu quero ir

Distante e desperto, fi'

Restante e disperso, xi

No instante, restam meus versos

Que bolo igual cannabis, vai!

Pede bis quem não entende

Que esse é o grande big-bang de ideias

Que alcançam onde a pé

Pra ir é longe demais

E os beat faz a ponte

E me vi onde ninguém da volta pisou antes

Isso é mais que o crime já proporcionou

Condicionou mentes, não me encantou

Segui meu caminho, toma, rendição é lona

Soma, vou na zona de perigo, eu sei

Rindo da lei que põe justiça em coma

Comportamento propício pra homem bomba

No mic, no mais, é só mais um que o UFC perdeu

A vida cobra e cede, ou se desdobra ou perde

Ou leva a sério, ou vai viver procurando um Deus

Alma limpa, mente clara, até no escuro rege

Eu cuido o movimento

Eu não me incluo no movimento, eu tenho

Meus próprios meios de alcançar

O que almejo, esses puto não tão entendendo

Pra muitos, eu sou do envolvimento e foda-se

Paradoxal, gênio incompreendido

Bandido tido, como um bandido

Eu viro o jogo, aê

Claro que é sem contravenção

Eu vou fugir do plano

E pôr ação na imaginação

Naipe 90, bumbo, hat

Caixa sample pulsando como Bambaataa

Pro sonho de Martin persistir

Não vai ser em vão

A fuga dos preto pras mata

Os quilombo resiste

E agora casa grande vai cair

De boné enterrado focado no que precisa ser feito

Não o que devia ter feito a porra do governo sujo

Tão sujo quanto os beats sujos, são sujos, jogando sujo

O mundo é uma zona e a vida é uma puta

Resulta no que eu executo a cada rap

Desculpa, é que tudo que cês recusa, nóis recebe

Procuro o que elevo, leve fissura pra pôr em cheque

A conduta de quem repete o que escuta como eco

Fogo cruzado em meio a olhares

Que devem pra alguém

E o primeiro que passar, vai levar ferro

Falo pouco, sou quieto, atenção, eu não peço

Visão, aprimoro e com o terceiro olho enxergo

O que outros não veem

E outros só não veem porque tão cego

Construindo o futuro, eu sou o arquiteto

Constato externo, com espaço escaço, espero

Nada de apressar

Eu quero só o que for meu, senão renego

Relevo o que não vai colaborar

Com o meu progresso

Eu sou complexo e pra acompanhar

Tem que usar o cérebro