RUMOS (feat. Emicida & Serginho Moah)

Decolei tão alto que eles chamam-me de ovni

Cheguei de tão baixo que elas nunca acertam de onde eu vim

Eu sonhei tão alto quanto os prédios da metrópole

Fixei meus passos, sem dar falha caso eu volte eu sei que

Lá ainda tenho suporte, vários torce pra me vê no pódio

Digo que esse corre não dá norte pro que eu posso ser

Vencedor ou perdedor, pra mim são meros rótulos

E que não tem propósito no código que me conduz

Foco até se falta luz, fogo pra ascender minha kush

Grana pro que eu quero ter, sem depender de alguém

Fama pra fazer cês vê que isso não tem valor nenhum

Trampo pra calar quem acha que aqui tem sorte ou a mão de alguém

Avenida infinita em frente, teto solar e champanhe em punho

B.O. pendentes, tesouro em mente

Preto de valor único, livros, joias e flores no meu túmulo

Brilhou e vai brilhar ainda mais

Decolei, sou foguete rumo ao sol

O medo é grande, mas eu sou maior

E a luz abrirá o caminho pra nós

Desde sempre, um luxo só, brilho no sapato

Sambo entre a ratoeira e a goela do gato

O barato é louco e eu também vim mais louco que o barato

O mundo ainda é um moinho do cartola, fato, sorri pro abismo

Eu mesmo lá, mente obscura, refém da ira, ora, surpreende quem cês jura

Ideia que é o único black que é bom ver no Sepultura

Tirando onda, parece alegria, mas é loucura

Mortalhas, migalhas e ginga, fala em escala industrial

Isso aqui é uma fábrica de Coringa, anestesia o Jorge Ben

Domingos, viajo no som com Zudi

Onde a pobreza não respinga, é isso

Gostosinho azeite, preto e brilhante igual coro, xi

Debate não, deleito, é tipo a história da vaca, aceite

Comer capim, qualquer um come, eu quero ver fazer virar leite (E aí?)

Brilhou e vai brilhar ainda mais

Decolei, sou foguete rumo ao sol

O medo é grande, mas eu sou maior

E a luz abrirá o caminho pra nós