Coração à Discrição

Não te interessa

Se perdi a vontade e a cabeça

Assim começa, a insónia faz de mim uma presa

A pensar em tudo o que não interessa

Todos me querem, não quero ninguém

Todos me cobram quando não convém

Sou tudo, me anulo, porquê?

Não, não, não

Não, não, não

Isto não é poesia

É sentir em demasia

Não, não, não

Isto não é poesia

É o sentir em demasia

De um coração à discrição

Vou embora

Senão perco as maneiras e o bom senso

Quanto mais eu sinto, menos eu penso

Todos me querem, e eu quero quem?

Todos me cobram quando lhes convém

Dou tudo, sou nulo, porquê?

Não, não, não

Não, não, não

Isto não é poesia

É sentir em demasia

Não, não, não

Isto não é poesia

É o sentir em demasia

De um coração à discrição

Como eu estou, só porque dou tudo o que sou

A quem me deixou

Como eu estou, só porque dou tudo o que sou

A quem não ficou

Como eu estou, só porque dou tudo o que sou

A quem não pensou

Como eu estou, só porque dou tudo o que sou...

Não, não, não

Não, não, não

Isto não é poesia

É sentir em demasia

Não, não, não

Isto não é poesia

É o sentir em demasia

De um coração à discrição