Tempo Torto

Regresso ao futuro lá de trás

O vento leva tudo o que é audaz

Vindouro, mas vou bronze sem crachá

É fé que falta e a mão já não se dá

Somam-se no chão escritos de diário

Aculturação sem o anuário

Viram no caixão, páginas de um calendário

É o tempo torto, vento a areia

Inverto os papéis, a folha em branco

É que tem medo de mim, eu sou o tempo

Conto comigo a folha em branco, não é o fim

Diz na comissão, tudo e seu contrário

Leva para o sermão, contos do vigário

Qual é a missão? Ficar só ou ser solidário?

É o tempo torto, verto a areia

Inverto os papeis, a folha em branco

É que tem medo de mim, eu sou o tempo

Conto comigo a folha em branco, não é o fim