Credits
PERFORMING ARTISTS
Emicida
Vocals
Fabiana Cozza
Vocals
Pastor Henrique Vieira
Vocals
Pastoras do Rosário
Vocals
Nave
Synthesizer
COMPOSITION & LYRICS
Emicida
Songwriter
Nave
Composer
PRODUCTION & ENGINEERING
Emicida
Producer
Nave
Producer
Mauricio Cersosimo
Mixing Engineer
Mauricio Gargel
Mastering Engineer
Evandro Fióti
Producer
Lyrics
O cheiro doce da arruda
Penso em Buda, calmo
Tenso, busco uma ajuda
Às vezes me vem o Salmo
Tira a visão que iluda
É tipo um oftalmo
E eu, que vejo além de um palmo
Por mim, tô Ubuntu, ó, uau
Se for pra crer num terreno
Só no que nóis tá vendo mesmo
Resumo do plano é baixo
Pequeno e mundano
Sujo, inferno e veneno
Frio, inverno e sereno
Repressão e regressão
É um luxo eu ter calma
E a vida escalda
Tento ler almas
Pra além da pressão
As voz em declive
Na mão desse Barrabás
Onde o milagre jaz
Só prova a urgência de livros
Perante o estrago que um sábio faz
Imersos em dívidas ávidas
Sem noção do que são dádivas
No tempo onde a única
Que ainda corre livre aqui
São nossas lágrimas
E eu voltei pra matar tipo infarto
Depois fazer renascer, estilo parto
Eu me refaço, fato, descarto
De pé no chão, homem comum
Se a benção vem a mim, reparto
Invado cela, sala, quarto
Rodei o globo, hoje tô certo de que
Todo mundo é um, e
Tudo, tudo, tudo, tudo que nós tem é nós
Tudo, tudo, tudo que nós tem é
Tudo, tudo, tudo que nós tem é nós
Tudo, tudo, tudo que nós tem é
Tudo, tudo, tudo, tudo que nós tem é nós
Tudo, tudo, tudo que nós tem é
Tudo, tudo, tudo que nós tem é nós
Tudo, tudo, tudo que nós tem é
Cale o cansaço, refaça o laço
Ofereça um abraço quente
A música é só uma semente
Um sorriso ainda é a única língua
Que todos entende
Cale o cansaço, refaça o laço
Ofereça um abraço quente
A música é só uma semente
Um sorriso ainda é a única língua
Que todos entende
(Tio, gente é pra ser gentil)
Tipo um girassol
Meu olho busca o Sol
Mano, crer que o ódio é solução
É ser sommelier de anzol
Barco à deriva sem farol
Nem sinal de aurora boreal
Minha voz corta a noite igual um rouxinol
No foco de pôr o amor no rol
Tudo que bate é tambor
Todo tambor vem de lá
Se o coração é o senhor
Tudo é África
Pôs em prática
Essa tática
Matemática, falou
Enquanto a terra não for livre
Eu também não sou
(Ê)
Enquanto ancestral de quem tá por vir
Eu vou
(Ê)
Cantar com as menina
Enquanto germino o amor
(Ê)
É empírico, meio onírico
Meio pírico, meu espírito
Quer que eu tire, de tu, a dor
Que é mil volt a descarga de tanta luta
Adaga que rasga com força bruta
Deus, por que a vida é tão amarga?
Na terra que é casa da cana-de-açúcar
E essa sobrecarga frui do gueto
Embarga e assusta ser suspeito
Recarga que pus aqui igual a Jesus
No caminho da luz, todo mundo é preto
Ame, pois
Simbora que o tempo é rei
Vive agora, não há depois
Ser tempo da paz, como um cais
Que vigora nos maus lençóis
É um-dois, um-dois, não julgue o playboy
Como monge sois, forte como sóis
No front sem pose, forte como nós
Lembra: "A rua é nóiz"
Tudo, tudo, tudo, tudo que nós tem é nós
(Tudo, tudo, tudo que nós tem é nós)
(Tudo, tudo, tudo que nós tem é)
Tudo, tudo, absolutamente tudo
Tudo que nós tem é isso, uns aos outros
(Tudo, tudo, tudo, que nós tem é nós)
Tudo o que nós tem é uns aos outros
(Tudo, tudo, tudo, tudo que nós tem é)
Tudo
Vejo a vida passar num instante
Será tempo o bastante que tenho pra viver?
Não sei, não posso saber
Quem segura o dia de amanhã na mão?
Não há quem possa acrescentar
Um milímetro a cada estação
Então, será tudo em vão?
Banal? Sem razão?
Seria, sim, seria, se não fosse o amor
O amor cuida com carinho
Respira o outro, cria o elo
O vínculo de todas as cores
Dizem que o amor é amarelo
É certo na incerteza
Socorro no meio da correnteza
Tão simples como um grão de areia
Confunde os poderosos a cada momento
Amor é decisão, atitude
Muito mais que sentimento
Alento, fogueira, amanhecer
O amor perdoa o imperdoável
Resgata a dignidade do ser
É espiritual
Tão carnal quanto angelical
Não tá no dogma ou preso numa religião
É tão antigo quanto a eternidade
Amor é espiritualidade
Latente, potente
Preto, poesia
Um ombro na noite quieta
Um colo pra começar o dia
Filho, abrace sua mãe
Pai, perdoe seu filho
Paz é reparação
Fruto de paz
Paz não se constrói com tiro
Mas eu miro, de frente
A minha fragilidade
Eu não tenho a bolha da proteção
Queria eu guardar tudo que amo
No castelo da minha imaginação
Mas eu vejo a vida passar num instante
Será tempo o bastante que tenho pra viver?
Eu não sei, eu não posso saber
Mas enquanto houver amor
Eu mudarei o curso da vida
Farei um altar pra comunhão
Nele, eu serei um com o mundo até ver
O Ubuntu da emancipação
Porque eu descobri
O segredo que me faz humano
Já não está mais perdido o elo
O amor é o segredo de tudo
E eu pinto tudo
Em amarelo
Written by: Emicida, Nave