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PERFORMING ARTISTS
Emicida
Emicida
Performer
Felipe Vassão
Felipe Vassão
Remixer
Thiago Brancallião
Thiago Brancallião
Remixer
COMPOSITION & LYRICS
Emicida
Emicida
Songwriter
Leandro Roque de Oliveira
Leandro Roque de Oliveira
Composer

Lyrics

Direto vejo pai brincando
Com filho no parque
Sinto inveja, fico me perguntando
Tio, o que que a vida fez comigo?
Sorrio pelos pivetes, acho da hora
Olho pra baixo
Tenho mó vontade de chorar
Mas não consigo
Em segundos me vêm
Vinte e poucos dia dos pais
Guardo o presente, fi
Ele já não volta mais
Arrasta a cartolina com papel crepom
Amassa, joga no lixo
Porra, pior que esse aqui tava bom
Hoje, fico olhando na espreita
Vendo os muleque aí
Com pai e mãe do lado e nem respeita
Devia ser por um dia
O que eu sou há vinte ano
Pra ve se cês ia tá na de trocar
Coroa pelos manos
Não sei se dá tristeza ou ódio
Não conseguir lembrar de você sóbrio
Não vi as vadia nem seus aliado
Com o doutor no corredor
Implorando pelo o que há de mais sagrado
Eu já passei fome, já apanhei calado
Já me senti sozinho, já perdi uns aliado
Eu já dormi na rua, fui desacreditado
Já vi a morte perto, um cano engatilhado
Eu já corri dos homem, bati nos arrombado
Quase morri de frio, eu já roubei mercado
Já invejei quem tem pai, já perdi um bocado
Eu sofri por amor
Eu já vi quase tudo, chegado!
E mermo assim, tive que penar pra aprender
Que minha mãe não ia poder
Tá lá pra me ver crescer
Tinha que trabalhar pra ter o que comer
Não ver seu filho aprender a falar
Essa porra deve doer
Aguentar madame mandar e ter que acatar
Ainda ouvindo o bairro sussurrar
Cê sabe, mãe solteira, é o quê?
Ver seu tempo acabar, sua chance morrer
E no fim do mês ganhar
O que não dá nem pra sobreviver
Me ensinou a não desistir, rapaz
Miséria é foda
Só que eu ainda sou bem mais
Maderite furado
Cigarro, cheiro de pinga
Olha onde eu cresci!
Onde nem erva-daninha vinga!
Como cê vai sonhar com pódio
Se amor é luxo?
E com a grana que nóis tem
Só dá pra ter ódio?
Coisa da vida
História repetida, algo assim
Com quatro anos eu já via
O mundo inteiro contra mim
Eu já passei fome, já apanhei calado
Já me senti sozinho, já perdi uns aliado
Eu já dormi na rua, fui desacreditado
Já vi a morte perto, um cano engatilhado
Eu já corri dos homem, bati nos arrombado
Quase morri de frio, eu já roubei mercado
Já invejei quem tem pai, já perdi um bocado
Eu sofri por amor
Eu já vi quase tudo, chegado!
E o que sempre tive foi minha rima
O resto se foi, tipo: trampo, amigo, mina
Eu nunca quis viver disso
Nunca nem sonhei com isso
Eu tava acostumado rimar por hobby
Trampar por uns trocado
E eu ia pro crime, irmão
Se não fosse a confiança
Do Pedro e do Felipão
Sem dinheiro, já dava pra ver o fim
Mas um me levou pra liga
O outro fez as base pra mim
Na fé, me pôs no lugar
Onde vários quer nome
Foda-se todos, eu não quer mais passar fome
Amo isso, você é contribuinte, assim, ó
Escrever como quem vai morrer
No dia seguinte
Vagabunda, pirou nos flow
A cada ideia ouvia: "Ho"
Quando vi, o radinho tocou
Gente querendo show
E agora, eu vou fazer virar com os meus, ha
É real, o menino do morro virou Deus!
Eu quase me perdi nas ilusão
Fui salvo por ter sabedoria e pé no chão
Chamei uns de irmão, quando nóis era sócio
Pensei ter feito amigos
E tava fazendo negócios
Odeio vender algo que é tão meu
Mas se alguém vai ganhar grana
Com essa porra, então, que seja eu
E os que não quer dinheiro, mano
É porque nunca viu a barriga roncar
Mais alto do que o "Eu te amo"
Eu vi minha mãe
Me jogar dentro do guarda-roupa trancado
Era o lugar mais seguro
Quando a chuva levou os telhado
E dizia: "Não se preocupa, chuva é normal"
Já vi o pior disso aqui
Ver o bom hoje é o natural
E o justo
Então, antes de criticar quem cê vê trampar
Cala boca e pensa
Em quantas história cê tem pra contar?
Falar que ao dizer
"A rua é nóiz", pago de dono da rua
Desculpa, eu vivo isso
E a incerteza é sua!
Se você não se sente dono dela
Xiu, não fode!
E antes de escrever um rap
Me liga e pergunta se pode
Written by: Leandro Roque de Oliveira
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