Intro (feat. KL Jay)

Este ritmo binário

Que é o alicerce principal de quase todos os ritmos da canção popular

Do Brasil, veio importado de longe das placas ardentes da África

Onde o sol queimou a pele dos homens até carbonizá-la

Em negro, negro, negro

Com um compasso tão simples

Que reproduzem em tom greve as batidas do próprio coração

Atravessou o Atlântico sob a bandeira dos

Navios negreiros, servindo para marcar o andamento de melopeias

Que vinham dos porões em vozes gemidas e magoadas

Ah, somos argila do divino mangue

Suor e  sangue, carne e agonia

Sangue quente e noite fria

A matéria é escrava do ser livre, a questão não é se estamos vivos

É quem vive, capitães de areia não sentem medo de nada

E essa altura do enredo, a asa branca dança no lago dos cisne negro

Pretos de terno sem ser no emprego

Meus pretos de terno em festas que não seja enterro

Meu fim  é doloso

Jovem preso no espírito idoso, medroso

Me jogo no mar, aquário de Iemanjá

O Sol nasce no rio Vermelho

Me olho no espelho embriagado de volta ao centro

A poesia habita o trago, observa o estrago no silêncio

A boa e seu maldito vício

Parei no precipício do último maço

Último abraço, minha imaginação, meu asilo

Sabendo que melhor que sinto e vejo

É a sensação antes de senti-lo

Sentir Exú

Virei Exú

Esse é o universo no seu último cochilo

Nova geração

Nova geração

Da Bahia, desceu Salvador, Brasil

Bra, Bra, Brasil

Bra, Bra, Brasil

Da Bahia, desceu Salvador, Brasil

Salvador terra sagrada

Exú é o dono da rua

Foi ele quem veio de lá

Seu reinado é do povo da lira

Mensageiro ele vai te ajudar

Negro