Isso Aqui É uma Guerra (Ao Vivo)

Diz

Infelizmente, a gente vive numa guerra

E ela não tem hora pra acabar

Há quanto tempo a gente tá nessa guerra?

Desde 1500, mano, por aí

Infelizmente, é uma guerra

Infelizmente, choro e briga é uma guerra

Infelizmente, facção é uma guerra

Infelizmente, tudo é uma guerra

E diz, vai, Dum-Dum

É uma guerra onde só sobrevive quem atira, pow, pow

Quem enquadra a mansão, quem trafica

Infelizmente o livro não resolve

E o Brasil só me respeita com um revólver, aí

O juiz ajoelha, o executivo chora

Pra não sentir o calibre da pistola

Se eu quero roupa, comida, alguém tem que sangrar

Vou enquadrar uma burguesa e atirar pra matar

Eu vou fumar seus bens e ficar bem louco

Sequestrar alguém no caixa eletrônico

A minha quinta série só adianta (o quê?)

Se eu tiver um refém com meu cano na garganta

Aí não tem gambé pra negociar

Liberta a vítima, vamo' conversar

Vai se ferrar, é hora de me vingar

A fome virou ódio e alguém tem que chorar

Não queria cela e nem o seu dinheiro

Nem boy torturado no cativeiro

Eu não queria um futuro com conforto

Esfaqueando alguém pela corrente no pescoço

Mas 357 é o que o Brasil me dá

Sem emprego quando um prego de Audi passar

Aperta o enter, cuzão, e digita

Esvazia a conta, agiliza, não grita (porque)

E não tem Deus, nem milagre, esquece o crucifixo

É só uma vadia chorando pelo marido

É o cofre versus a escola sem professor

Se for pra ser mendigo, doutor

Eu prefiro uma glock com silenciador

Comer seu lixo não é comigo, morô'?

Desce do carro, se não tá morto

Essa é a lei daqui, a lei do demônio

Isso aqui é uma guerra

O quê que a gente faz na cena do louco, Show Livre?

Não, não, não, não, não

Não chora, vadia, que eu não tenho dó (dó)

E dá bolsa na moral, não resiste o B.O

Aqui é outro brasileiro transformado em monstro

Semi-analfabeto, armado e perigoso

Querendo sua corrente de ouro

E atacando seu pulso, e atacando seu bolso porque

E pronto pra atirar e pronto pra matar

Vai se foder, descarrega essa PT

E mata o filho do boy como o Brasil quer ver

Esfrega na cara sua panela vazia

Exige seus direitos com o sangue da vadia

É lei da natureza, quem tem fome (pow, pow)

Na selva é o animal, na rua é empresário inconsequente

Insano, doente (doente)

O Brasil me estimula a atirar no gerente

Aqui não é novela, não tem amor na tela, não, não

A cena é triste, é solidão na cela

E nem polícia pega boi (vai), deita, escrivão

Abre a cela, carcereiro, liberta o ladrão

Tem M10 de alvará pra liberdade

O seu oitão é uma piada, gambé covarde

E cala a boca e aplaude o resgate

E cala a boca e aplaude (pow, pow, pow, pow)

Boy, quem te protege do oitão na cabeça?

A sua polícia no chão do DP, sem defesa

Rezando pro ladrão ter pena, que pena

O seu herói pede socorro nessa cena (nessa cena)

E quer seu filho indo pra escola e não voltando morto?

Então meta a mão no cofre, ajude nosso povo

Ou veja sua mulher agonizando até morrer

Porque alguém precisava comer

Isso aqui é uma guerra

Isso aqui é uma guerra, diz

Isso aqui é uma guerra (ahn, ahn)

É uma guerra, é uma guerra, é uma guerra

Infelizmente, isso aqui é uma guerra, ahn

Isso aqui é uma guerra